Coaching para profissionais de educação física

Um nicho de coaching que está em crescimento acentuado no Brasil é o que cuida dos aspectos comportamentais ligados à prática de esportes, tanto os de alta-performance quanto aqueles voltados para fitness (qualidade de vida). Os de alta-performance normalmente são aqueles trabalhos de longo prazo que ajudam o atleta a obter performance competitiva em uma determinada modalidade, ao passo em que aqueles voltados para as pessoas comuns como eu e, provavelmente, você que me lê, têm um foco na melhoria da qualidade de vida.

Hoje vejo muitos profissionais da área que conhecem muito acerca da fisiologia, da mecânica dos exercícios, coordenação motora, desenham programas de exercícios personalizados, mas encontram uma grande dificuldade para trabalhar o engajamento do atleta de um modo geral. Estou convencido que tudo parte do cérebro, inclusive o nosso interesse em realizar as coisas, ainda que seja para o nosso bem viver, como a prática de esportes por exemplo.

Para muitas pessoas, talvez, seja muito mais fácil se comprometerem com terceiros do que consigo, uma vez que, pela nossa grande habilidade de arrumar desculpas para quase tudo, nosso cérebro acaba nos ludibriando, uma vez que olhamos para as nossas falhas com condescendência, ou seja, nós as aceitamos e com isso nos auto-sabotamos em vários aspectos que vão desde a alimentação, descanso até a disciplina para manter a regularidade nos treinos. É aí que entra a importância de um professor de educação física, preparador físico, personal trainer e demais profissionais ligados à prática esportiva como: médicos, nutricionistas, fisioterapeutas de terem uma abordagem diferente que motive e engaje, no caso, o coaching.

Mas porque a abordagem do coaching não diretiva é importante para profissionais da prática de esporte?

1-Definição de objetivos: Só fazer a avaliação física e colocar como objetivo hipertrofia ou perda de peso ou afins não é suficiente, até porque o objetivo não pode ser algo comum para pessoas diferentes, pelo contrário, ele é muito específico e por conta disso é importante personalizar ao máximo para definir em quanto tempo aquele aluno deve alcançar um objetivo mantendo a regularidade, lógico. As pessoas estão sedentas por resultados e querem que sejam imediatos, e essa expectativa acaba gerando uma ansiedade muito grande, seguida de uma frustração e por conseguinte, acabam levando ao alto índice de evasão nas academias.

2-Acompanhamento sistemático: Quando se tem objetivos claros, definidos e muito bem quantificados, fica fácil realizar um acompanhamento sistemático do atleta a cada treino ou a cada semana para avaliar o seu rendimento e isso permite possíveis mudanças de rota e/ou realinhamento desses objetivos em função do que é possível obter como estado desejado dentro de um espaço de tempo.

3-Traçar estratégia: Lógico que o profissional vai desenvolver um programa que deve ser seguido pelo atleta, só que muitas vezes o mesmo não se adapta a algum equipamento ou exercício e nem sempre comunica o instrutor, isso acaba por prejudicar os resultados e o empenho do mesmo pode decair pela simples falta de adaptação levando-o até a um “over training” (fadiga por excesso de esforço ao treino). Assim, é fundamental acompanhar o atleta ou aluno sistematicamente para avaliar a eficácia do programa e redefinir um exercício substitutivo, uma mudança de carga ou mesmo no número de série quando a ocasião assim o pedir já que cada atleta (aluno) tem ritmo e resistência próprios. Certamente essa prática contribuirá sobremaneira para a motivação e empenho do indivíduo.

4-Engajamento: Importante compreender por que o indivíduo treina, o que isso significa exatamente para ele? O que o motiva? O que o sabota? Nesse sentido, é importante compreender que normalmente a pessoa se motiva pelo prazer (longevidade, saúde, estética, vaidade, relacionamentos interpessoais durante o treino, dentre outros) e se sabota pela dor (resultado lento, muito esforço, dores pelo corpo, cansaço, stress) no entanto, ele pode perfeitamente se motivar pela dor (desafio, raiva, superação, alívio de tensão psicológica, dentre outras)e se sabotar pelo prazer (conforto do sofá, controle remoto da TV, lazer e diversão, alimentação desregrada, bebida alcóolica em excesso).

Por fim, compreender a parte técnica do trabalho é um importante atributo para se ter sucesso profissional, mas não é garantia de resultados práticos, pois estamos falando de seres humanos, assim, quanto mais o profissional de educação física ou os demais conseguirem acessar a cabeça e os sentimentos do atleta (aluno), mais conseguirão extrair o melhor do seu desempenho e com isso, obterão melhores resultados.

Gostou do tema? Quer saber mais sobre esse assunto? Queremos lhe ouvir, envie suas dúvidas, sugestões, sua opinião para o whatsapp (011) 99546 8145 ou mande um e-mail para: fale@cibracoaching.com.br. Você poderá fazer parte do nossa próxima edição.

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