Quero ser palestrante

O nosso leitor Luciano de Jaguaruana no Ceará nos contactou pelas redes sociais e quer saber quais os primeiros passos para ser um palestrante. Muito bem, caro Luciano, em primeiro lugar, gratidão pela sua participação, saiba que é uma honra contar com a sua audiência, vamos à sua resposta:

1- AUTORIDADE: Para ser um palestrante, em primeiro lugar, você deverá identificar em qual área de atuação você tem expertise, ou seja, onde você é tão bom a ponto de sentir-se seguro e suficientemente à vontade para ensinar outras pessoas. Essa autoridade, resulta da sua experiência, que, por sua vez, é muito mais do que a simples soma da teoria com a prática, pois inclui também a contabilização de seus erros e fracassos, só assim, você finalmente descobre o que não deu certo, eliminando assim do seu rol de possibilidades, e pode abordar com propriedade aquilo o que efetivamente funciona e dá certo, não pelo que você leu ou ouviu falar, mas por que você já testou em suas atividades cotidianas.

2- CREDIBILIDADE: Uma vez tendo identificado onde você é uma autoridade, o próximo passo é fundamentar toda essa experiência profissional (ou de vida), buscando referências diferentes que abordem tal questão (ou problemas), posteriormente torne todo esse conteúdo o mais didático possível dividindo-os em tópicos, não muito abrangentes, mas concentrando-se em abrir e fechar cada assunto dentro de um tempo pré-estabelecido.

3- HABILIDADE DE COMUNICAÇÃO: Ministrar uma palestra é muito mais do que ser eloquente e ter um amplo repertório verbal, tampouco se apoia apenas na sua capacidade de fazer a plateia rir ou se emocionar, mas um bom palestrante reúne um conjunto de habilidades de oratória indispensáveis para uma boa palestra as quais chamarei aqui de 4Cs do palestrante:

a. A sua capacidade de síntese, já que ele precisa defender uma ideia dentro de um tempo específico;

b. a sua capacidade de ilustrar com exemplos pontuais uma explicação a partir da sua vivência pessoal contextualizada dentro de uma ideia ou conceito;

c. a capacidade de transmitir o conteúdo mesmo sem o apoio dos slides, isso aconteceu comigo durante uma apresentação em Curitiba, quando queimou o projetor multimídia e na ocasião não havia um substituto, confesso que se eu não tivesse a sequência da apresentação na cabeça eu, fatalmente iria me perder; e,

d. por fim, a sua capacidade de improviso, afinal, nunca se sabe exatamente o que pode ocorrer em cena, que pode ser desde uma pane em algum equipamento áudio visual até na própria estrutura do auditório. Para esses casos inesperados a dica de ouro é: “Aprenda a rir da própria desgraça”, brinque com a situação e divirta-se com isso e deixe os problemas técnicos com a equipe técnica.

4- PRESENÇA: que não se trata de  beleza física ou estética, mas a presença de palco, a postura, o ritmo, a entonação e a inflexão de voz, são todos elementos indispensáveis para uma boa apresentação, afinal, uma palestra é como um show, onde as pessoas são atraídas para o elemento surpresa e tudo conta: A iluminação, a qualidade dos slides, a projeção, a marcação (o seu posicionamento), a composição do cenário, ou seja, todos são elementos fundamentais que compõe uma apresentação e, portanto, não devem ser, em hipótese alguma, negligenciados e tudo deve ser objeto de interação formando uma tríade: Palestrante – Slides – Público, na qual o palestrante interage com os slides, estes, por sua vez, envolvem a plateia e esta, interage com o palestrante e aí sim, está criada a perfeita atmosfera para o andamento dos trabalhos.

5- TÉCNICA:  É fundamental que um bom palestrante desenvolva a habilidade operacional para fazer, quando necessário, ligações de cabos e conexões de áudio e vídeo, além de possíveis ajustes de última hora na apresentação de slides utilizando programas como powerpoint, prezi, keynote ou qualquer outro recurso de apresentação multimídia, desse modo, ele não fica na dependência de um técnico e evita buracos na apresentação com aquela terrível expressão muitas vezes usada em cena por muitos palestrantes que chegam a causar calafrios: “.. Esse não…”, “…vamos pular esse também…”, “…esse nem era para estar aqui…”, ou seja, desperta a curiosidade da plateia e não a supre e deixa aquele ar de frustração no público que ocupou o seu tempo para prestigiar aquele dito palestrante.

Por fim, jamais esquecerei de uma experiência internacional vivida há muitos anos pela minha então supervisora de estágio, que foi à Nova York somente para assistir a uma palestra de um autor norte americano renomado, sensação nos anos 90 por conta do seu livro, best-seller em poucas semanas, tornando-se até tema de reportagem no “Fantástico” da Globo e a palestra foi somente a leitura do prefácio do seu livro. Ao retornar para o Brasil, era inevitável o seu ar de frustração ao afirmar que aquele autor, como palestrante, era um excelente escritor. Que fique como lição para os novos comunicadores.

Gostou do tema? Tem alguma experiência parecida? Compartilhe comigo, terei o maior prazer em conhecer a sua história e quem sabe, contribuir com outras pessoa que têm as mesmas dificuldades, envie suas dúvidas, sugestões, sua opinião para o whatsapp (011) 99546 8145 ou mande um e-mail para fale@cibracoaching.com.br. Você poderá fazer parte do nossa próxima edição.

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