CUIDADO: Todo extremismo é potencialmente perigoso!
Recentemente o filósofo dinamarquês Svend Brinkmann, concedeu uma entrevista à revista Exame dizendo que fazer coaching é mais perigoso do que parece e ler auto-ajuda não traz sucesso. Com todo o respeito, concordo em partes com o filósofo quando se trata de auto-ajuda e autorresponsabilização, como se tudo o que acontecesse de errado com alguém fosse por culpa dela própria, devemos considerar as variáveis e, algumas delas, as pessoas não têm o menor controle.
Por outro lado, também não se deve responsabilizar tudo e todos pelo que lhe acontece, em outras palavras, para tudo na vida, uma parte depende somente de nós e a outra nem sempre. Por exemplo: Para conseguir um emprego, o que depende de cada um de nós é a nossa preparação, elaborar um currículo, criar uma rede de contatos e distribuí-lo, no entanto, daí a conseguir uma posição depende de outras variáveis que não estão sob o seu controle, como: Abertura de vaga, número de candidatos inscritos, impressões do avaliador e outros. Portanto, perceba como é prudente buscar o meio termo.
O Svend, defende uma outra questão que seria excelente, não fosse o seu radicalismo: A de fazer as coisas juntos! No entanto, em determinadas situações, é óbvio que devemos nos ajudar primeiro, para darmos conta de oferecer algum suporte ao outro e isso não significa ser individualista, mas responsável, já que normalmente as pessoas se aproximam mais por afinidades do que por competência e, portanto, lógico que se o indivíduo apresenta alguma limitação e outro semelhante dele também, eles vão compartilhar da mesma dor, mas quem vai mostrar-lhes o outro lado, o outro ponto de vista? Quem vai desafiá-los para deixar a sua zona de conforto? Já que, neste caso, normalmente, um dá força para o outro, para se manter nela (na zona de conforto).
Há, na verdade, um questionamento do referido filósofo em relação a determinadas práticas por parte do coach e até mesmo do psicólogo, lógico, que o coaching não é solução para todas as coisas, assim como não é, a psicologia, as terapias convencionais, a psiquiatria, as terapias breves ou alternativas, portanto, se o cliente está fazendo coaching para ser palestrante, mas apresenta alguma dificuldade na fala, quem tem que dar conta dessa questão? Certamente não é o coach, a menos que o mesmo seja fonoaudiólogo, o cliente precisará de um. Isso se chama multidisciplinariedade, onde cada profissional, dentro de suas respectivas competências, somam-se uns aos outros para produzir o resultado desejado pelo cliente.
No entanto, importantíssimo reconhecer que, para tornar isso possível, o indivíduo tem que querer, tem que dar o primeiro passo na direção certa, e o profissional que o atende, por sua vez, deve reconhecer as suas próprias potencialidades e limitações e não ultrapassar os limites da ética profissional, o que só contribui para melhoria e alcance das metas juntamente com o cliente. Agora, muito importante compreender, que nem toda ação vai dar certo, por mais planejada que seja, mas isso não serve de argumentos contundentes para desmerecer a atividade de coaching ou de qualquer outro profissional, pois os erros fazem parte, assim como os acertos, ou você, leitor, conhece alguém que nunca tenha errado? A diferença de se fazer coaching em relação a outras práticas é a habilidade de analisar criteriosamente o que deu errado e o que pode ser feito diferente para se obter um resultado melhor da próxima vez, ou seja, tratamos a questão como uma melhoria contínua.
É óbvio que há hoje, no Brasil, um movimento de massificação de coaches, que data de alguns anos, portanto, cada vez mais as pessoas devem ser seletivas e por conta disso, é fundamental que conheçam o processo, do contrário, como avaliar uma prática profissional se o indivíduo não a conhece? Assim, é muito fácil ordenar: Demita o seu coach! Porém, se a pessoa estiver precisando organizar o seu pensamento, fazer um planejamento, por mais simples que possa parecer, como organizar o roteiro de férias com a família, daí a importância do coach, a de ajudar o cliente a pensar, não apenas positivamente, mas de forma estruturada, sistemática, de maneira que ele seja capaz de colocar em prática as suas maiores ideias.
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