Quando descobri que meu queixo não era de vidro
Agora no ano de 2017, estou completando 10 anos no mundo do empreendedorismo, ao longo desse tempo muita coisa aconteceu, boas e más, ganhei dinheiro, perdi dinheiro, fiz amigos e também alguns desafetos, acertei, errei, tive algumas surpresas muito agradáveis que me fizeram sorrir, mas também enfrentei (enfrento) crises e desilusões que me levaram às lágrimas, já me prostrei de joelhos em sinal de agradecimento, mas também para “pedir” a Deus um direcionamento, contratei pessoas, formei, eduquei para o ambiente corporativo e muitas vão muito bem, obrigado! Mas o fato, é que em todos os momentos Procurei evoluir e tentei encontrar o ponto ideal, até descobrir que ele na verdade, não existe, mas é muito relativo.
Quando deixei a empresa em que trabalhava no ano de 2006 quando era Gerente Corporativo de Desenvolvimento Organizacional em uma holding que congregava em sua estrutura 133 lojas de varejo, 7 fábricas, uma gráfica, uma factoring e uma administradora de cartão de crédito distribuídos em 17 estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil, depois de várias noites mal dormidas, algumas rugas a mais e muitos fios de cabelo a menos, confesso que senti um misto de alívio e de um leve desespero, me perguntando: “- E agora?!”.
No entanto, tinha duas certezas: Minha integridade e intenção positiva de querer entregar sempre o melhor e me esmerar para isso, não medindo esforços para cumprir o que me fora determinado e a principal, o que eu havia aprendido naqueles anos todos fosse através da dor ou através do amor, ninguém jamais poderia tirar de mim e com certeza, esse aprendizado contribuiu para que eu começasse a desenvolver a “musculatura” necessária para enfrentar o mercado, agora, com a certeza absoluta do meu real propósito.
Enquanto estava na dúvida sobre o que fazer logo após o meu desligamento da empresa, propostas surgiram para assumir RHs, algumas até tentadoras, ao mesmo tempo, ministrava palestras comportamentais em congressos, seminários, eventos abertos e corporativos que me rendiam algum valor financeiro e me fizeram demover da ideia de me empregar novamente até então aliada, lógico, ao apoio da maior empreendedora da família, a Taty “japa girl”, minha esposa, que foi categórica ao afirmar: “Não! Você não vai se empregar de novo, você é bom no que faz e uma palestra cobre o salário de um mês inteiro, vamos investir em você!” e eu acreditei!
Então, constituímos a empresa, desenvolvemos um plano estratégico e fomos a luta, primeiro grande desafio; Desenvolver uma identidade visual, não foi tarefa fácil, mas foi quando dei o meu primeiro grito de independência, porque, até então, reinava “a ditadura” das agências de marketing e publicidade, que mandavam as peças e eu, acreditando que “esses caras sabiam melhor do que eu o que estavam fazendo”, as aceitava passivamente, mesmo que eu não gostasse e aquilo me descia meio quadrado, goela abaixo. Foi então que me dediquei a ler mais sobre marketing e branding, o que me ajudou bastante a fundamentar o meu primeiro “Não!” de forma bastante assertiva para uma agência, e não é que eles respeitaram? A confiança cresceu, outras agências e profissionais chegaram e se foram e nós evoluímos.
Os próximos passos eram: a reelaboração do site, material impresso, release, sofisticação de slides e outros. Com o material pronto, caímos em campo para a divulgação e comercialização de produtos: muitas propostas foram enviadas, mas pouquíssimas eram aprovadas e às vezes nenhuma, mais uma vez, sofri, me preocupei, mas seguimos em frente e conseguimos crescer apesar das dificuldades.
Vieram então os primeiros funcionários e as primeiras parcerias, algumas deram muito certo e pelas quais sou grato até hoje, pois me garantiram alguma visibilidade e me ajudaram a obter maior valorização no mercado, outras, por sua vez, não mereciam nem ser citadas, não fosse pelo fato de, na sua inutilidade (considere aqui traição, desonestidade, picaretagem e outros do gênero), terem sido muito úteis a mim, pois enquanto me prejudicavam, intencionalmente ou não, no meu sofrimento a cada decepção, eu criava “anticorpos” que fortaleciam o meu organismo e criavam uma “casca” revestindo minha pele. Desse modo, aprendi que preciso demais das pessoas, todos precisamos, mas não dependendo delas para conquistar meus sonhos.
Por fim, quero deixar claro querido leitor, que escrevi esse artigo não com a intenção de me enaltecer ou de valorizar minha trajetória, acredito ter até pouco para contar diante de outros tantos empreendedores, mas para compartilhar que aprendi em todas as situações, quer tivessem decorrido de experiências boas ou de experiências nem tão boas assim. Com as boas, sempre pensava no que poderia aperfeiçoar, pois, sempre acreditei que não houvesse nada tão bom que não pudesse ser melhorado e com as ruins, procurei, apesar da dor, abstrair algum aprendizado prático daquilo sempre chamando a responsabilidade para o que eu teria feito diferente para ter um resultado melhor ou para não permitir que aquilo acontecesse, mas em todos os casos, lembrava da série de longas do Rocky Balboa, personagem imortalizado por Sylvester Stallone que na metáfora dos rings, nos mostra que, quanto mais forte a vida batia, mas força ele tinha para continuar de pé e indo pra cima, afinal, crescer dói, mas quando descobri que meu queixo não era de vidro, não importa a força e a intensidade da porrada, meus joelhos dobrarão, posso até beijar a lona, mas se não me nocaltear, logo estarei de pé e seguindo em frente.
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