Tá Difícil!

Sabe aquele problema super difícil que precisa ser resolvido HOJE na Empresa e o líder o confia aquele seu colaborador bastante talentoso e de confiança – meu coachee – e o mesmo responde já com um misto de desânimo e sarcasmo: “- Hoje?! Hum, tá difícil!”.

Foi inevitável, presenciei essa cena, então, logo pensei: – Ora, que está difícil nós já sabemos, mas o que nós precisamos agora é de um pouco de ação, de alguém que encare o problema como um Tom Cruise ou um Daniel Craig de 007, que abrace a “missão impossível” como uma causa e não que simplesmente se entregue e piore as coisas, que é o comportamento da maior parte da população diante de um grande desafio.

Pense: Se este fosse um filme de ação onde o personagem principal fosse VOCÊ MESMO, como você gostaria que fosse o final desta saga protagonizada por você? Então, coloque a faca nos dentes e viva o personagem principal de mais um episódio DA SUA VIDA.

Esta foi uma intervenção realizada com um dos meus coachees em um ambiente corporativo num momento de desânimo, o mesmo estava com uma performance bem abaixo do seu potencial e após ouvi-lo, assim como os seus argumentos recheados de “desculpas” e pensamento auto-condescendente, não tive dúvidas e saí com essa metáfora do cinema. Pelo visto funcionou.

Lógico que eu precisava conhece-lo muito bem, assim como seus principais valores, sonhos e aspirações, isso me ajudou a fazer essa e outras intervenções para “provocar” esse profissional a agir de maneira a realizar aquilo que ele se propôs por ocasião do coaching.

Saber que ele gostaria de ser visto como um herói pelos seus filhos, enquanto ainda são crianças e a maneira como estava se comportando para (não) atingir os seus resultados era de uma incongruência que só lhe causavam cada vez mais dor e sofrimento.

Lógico, há uma tendência natural do Ser Humano de fugir da dor e de se aproximar do prazer, que é muito melhor, embora muitas vezes funcione como um sabotador, no entanto, neste caso, seria necessário potencializar a dor que ele sentia para tirá-lo de sua zona de conforto e deixar esse “estado de inércia”. Logo, o momento pedia que eu recorresse ao seu coração:

  • Coach: – Se você voltasse pra casa nesse momento, você acredita mesmo que os seus filhos o viriam como um herói?
  • Coachee: – Não! (Respirando fundo, com ar cabisbaixo e voz embargada)
  • Coach: – E como você se sente diante disso?
  • Coachee: – Péssimo!
  • Coach: – E é assim que você quer continuar se sentindo?
  • Coachee: – Não!
  • Coach: – Então o que você quer ter no lugar?
  • Coachee: – Quero que meus filhos sintam orgulho de mim, quero que eles vejam o pai deles como um herói, como alguém que não se entrega. Eu quero sentir isso em mim!
  • Coach: – E isso depende de quem?
  • Coachee: – De mim! Só de mim!
  • Coach: – E agora? O que você pretende fazer?

Neste momento, ele começou a me especificar o seu plano para alcançar a meta da semana bem como a maneira como o colocaria em prática. Interessante é que, independentemente do resultado, o seu aspecto emocional diante daquela dificuldade já era outro, o olhar, a pegada e a vontade, já eram diferentes.

O que ficou de lição deste encontro?

Para o coachee: Que os seus resultados são produto direto das suas ações e que, portanto, para obter os resultados que queria, tanto na empresa quanto em casa, precisaria mudar a atitude.

Para o coach: É muito importante respeitar cliente e considerar os seus aspectos internos. Essa intervenção foi feita para quebrar um padrão de comportamento displicente que estava ocorrendo no momento sem algum motivo aparente, porém, se o quadro fosse outro, a abordagem poderia ser bem diferente sempre considerando e respeitando os sentimentos e emoções do cliente no momento do atendimento.

Então, concluímos que vale muito a pena:

  • Cumprir a sua lista de tarefas do dia;
  • Agir como a pessoa poderosa que você idealiza ser;
  • Priorizar a qualidade, apesar das dificuldades no caminho;
  • Analisar de tempos em tempos como está reagindo diante das circunstâncias;
  • Parar de “dar desculpas” e se justificar por tudo. Assumir que errou e mudar é o melhor atalho para obter bons resultados!

Ao final de tudo, ao voltar pra casa e olhar para todos os que o amam e torcem por você, tenha a certeza e a consciência tranquila de que, mesmo que não tenha alcançado o objetivo proposto, pelo menos você não mediu esforços para atingi-lo, de que você fez de tudo para realizá-lo, que você deu tudo de si.

Portanto, sinta toda a dor que você puder sentir (nada pode ser mais doloroso do que a dor da omissão), se doe, ganhe, perca, negocie, MAS FAÇA ALGUMA COISA!

Aí sim! Ao final de tudo, mesmo que não tenha conseguido, agradeça pela sua existência, por ser quem você é e se perdoe. Mas por favor, JAMAIS SE ENTREGUE SEM LUTAR!!!

 

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