Tromba d’água: O fim do mundo ou um milagre da natureza?

– É isso aí, hoje eu vou chegar na empresa tocando o terror para ver se o pessoal para de fazer besteira! Não suporto trabalhar aqui, só tem bronca para resolver, povo inexperiente, é um erro atrás do outro e eu me sinto como se estivesse enxugando gelo resolvendo as “…” hrum … hrum … vamos manter a compostura, por favor …. resolvendo as … “mer … blemas” que deixam, não tenho outra opção, como responsável técnica tenho que resolver todos os pepinos. Eu hein, só dor de cabeça aqui no trabalho, não vejo a hora de pedir demissão!

– Hei calma aí, relaxa!

– Não tem como!

– Claro que tem, o que você pode fazer para tornar o seu ambiente melhor?

Não são raros encontrar diálogos dessa natureza diariamente em minhas atividades de trabalho, responsabilidade, stress, cobrança por resultados, pressão fazem parte do nosso dia-a-dia como em nenhum outro momento da história foi tão presente para reles mortais como eu, você e centenas de milhares de trabalhadores mundo a fora, é muita gente querendo um lugar ao sol, mas pouca gente realmente disposta a pagar o preço.

Todos querem chegar ao topo, com soluções extremas que simplesmente interrompem o seu processo de desenvolvimento pessoal e profissional, afinal, ninguém se torna um grande líder sem passar pelas tormentas, aliás, o que faz realmente um grande líder são os desafios diários, por isso ele é considerado líder, pois teoricamente é a pessoa mais preparada para lidar com situações difíceis, instáveis e portanto, altamente desafiadoras. Como diz um jargão antigo: “não se fazem grandes marujos em mares calmos”, as tormentas existem justamente para fortalecer e dar a musculatura necessária para enfrentar qualquer tempestade ou tromba d’água.

Muito bem, o fato é que não estamos falando de um ou dois profissionais, estamos falando de milhares de pessoas que todos os dias enfrentam situações difíceis em seus ambientes de trabalho e fazem disso um inferno a ponto de sacrificar a sua saúde, seu bem estar, sua auto-estima, suas interações familiares, sua felicidade! Ora, pare para pensar, existem milhares de desempregados hoje no Brasil, e você não faz parte dessa estatística, bem ou mal você está trabalhando, então vamos lá, para pensar:

1) O que pode ter levado essa empresa a contratá-lo?

Você acredita mesmo que se não fossem pelos problemas o empresário o contrataria? Imagino que não! E eu explico: Hoje todas as classes vivem em uma selva, cada qual procurando defender o que conquistou e em alguns casos, proteger e perpetuar as futuras gerações que dele descendem (seus filhos, netos, bisnetos), então, quanto menos pessoas externas, melhor! Logo, se o trabalho pudesse ser todo operado por máquinas ou robôs, certamente ele o faria, pois elas trabalhariam sem hora para parar, isso já dispensaria escala, relações com sindicatos, livraria das constantes preocupações em relação a legislação trabalhista, despesas com treinamentos técnicos e comportamentais e tempo criativo pensando em campanhas motivacionais para engajar a equipe (que para muitos, motivação é salário em dia e acabou), não precisaria lidar com problemas de ordem sentimental, hormonal, faltas justificadas nem nada.

2) Por que eu?

Mas a realidade não é assim! Logo, se a empresa o contratou e não foi por que ela é “boazinha”, então foi por necessidade e em meio a milhares de outros candidatos você só foi escolhido por ser considerado o melhor dentre todos para aquela função, para lidar com todos aqueles pepinos e encontrar soluções para deixar a empresa melhor do que estava antes de você ser contratado.

3) Com que olhos você percebe a realidade?

Você pode enxergar o seu trabalho e as pessoas que nele se encontram como um problema ou então você pode vê-los como alguém que tem problemas, qual a diferença? Ao ajudar essas pessoas a resolverem os desafios e aprenderem a solucionar as questões de forma autônoma e responsável, vai facilitar muito a sua vida uma vez que não o sobrecarregará com as questões de todos.

4) Como você quer ser reconhecido(a) após essa fase?

Você pode ser reconhecido(a) como alguém que se deparou com os problemas, não se garantiu, foi fraco e abandonou o barco como um covarde, tentando salvar a própria pele ou você pode deixar a empresa melhor do que quando você entrou de forma que todos sintam a sua falta quando você estiver em outro nível mais elevado, portanto, deixo aqui uma pergunta de reflexão: Desistir das situações e problemas que surgem diariamente no trabalho ajudaria em algo?

5) Você já procurou saber qual é o ponto de vista do dono da empresa?

Entender o pensamento do fundador, dono, presidente ou seja lá quem estiver no topo pode ser um excelente ponto de partida para mudar seu ponto de vista mais limitado e encontrar soluções mais pertinentes para esses desafios sem tanto desgaste ou sofrimento. Portanto, é tudo uma questão de escolha pessoal, ver a tromba d’água como uma devastação ou como um lindo fenômeno da natureza que encanta aos olhos.

Gostou do tema? Quer saber mais sobre esse assunto? Queremos lhe ouvir, envie suas dúvidas, sugestões, sua opinião para o whatsapp (011) 99546 8145 ou mande um e-mail para: fale@cibracoaching.com.br. Você poderá fazer parte do nossa próxima edição.

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